Na publicação do número de Janeiro de 2011 da edição portuguesa da National Geographic, podemos encontrar a notícia de um fragmento de cerâmica de engobe vermelho com escrita do Sudoeste proveniente de Moura.
Trata-se de um fragmento recolhido num contexto de escavação arqueológica no castelo de Moura, no âmbito de trabalhos de arqueologia preventiva dirigidos pelo arqueólogo José Gonçalo Valente, e inserido num conjunto material e estratigráfico do século IV a.C..
Neste mesmo tipo de suporte em cerâmica, cronologias mais recuadas haviam sido indicadas por um fragmento proveniente do Castillo de Doña Blanca – séc. VIII/VII –, e indiciadas ainda pelos grafemas que encontramos nas peças de Medellín e no Castro da Azougada, com cornologias dos séc. VI e V a.C.. O agora novo fragmento de Moura, não é só extremamente importante pelo contexto arqueológico onde surge com uma cronologia segura que, como refere o professor Amílcar Guerra, prolonga o uso desta escrita, mas também pelo facto de não se tratar de um grafema isolado, ao qual poderíamos questionar tratar-se de literacia efectiva, mas de uma sequência de cinco signos. De acordo com a leitura de Amílcar Guerra, à parte conservada deve ler-se: *nabaor*, podendo provavelmente a primeira letra de que se conserva o pequeno sector ser um a, pelo que teríamos – com a peculiaridade de não haver redundância –: ]anabaor*[.
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