quinta-feira, 29 de abril de 2010

NAP a caminho do JIA...

Terá lugar, no âmbito do JIA 2010 - III Jornadas de Jóvenes en Investigación Arqueológica, que se realizará nos dias 5 a 7 de Maio de 2010 na Universidade Autónoma de Barcelona, duas sessões com organização do NAP - Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia da Universidade do Algarve.

Nela estarão presentes vários investigadores de várias nacionalidades, bem como algumas participações de membros do NAP.






SESSÃO 4 - Cultura material y transdisciplinariedad en la investigación arqueológica de Latinoamérica

A Etnoarqueologia brasileira contemporânea: cultura material e implicações sociais
RITA JULIANA POLONI
julianapoloni@hotmail.com



SESSÃO 7 - Análisis tecnológicos y funcionales en la interpretación de los comportamientos humanos

Pomar: uma oficina de talhe do Calcolítico da Estremadura Portuguesa
LUÍS DE JESUS
luisfcjesus@gmail.com


Os seixos talhados no Paleolítico Superior do Sudoeste peninsular
TELMO PEREIRA
telmorjpereira@gmail.com


Veni, vidi, vici! Lo mejor de ambos mundos. Modelo teórico sobre la ocupación del Hombre moderno en el extremo suroeste de la península ibérica.
JOÃO MARREIROS
JOÃO CASCALHEIRA
jmmarreiros@ualg.pt / jmcascalheira@ualg.pt


Traços de manufactura na utensílagem óssea gravettense e solutrense de Vale Boi (Vila do Bispo, Algarve)
MARINA ALMEIDA ÉVORA
marevora@gmail.com


A Paleotecnologia Lítica no Magdalenense Final e Terminal Algarvio
CAROLINA MENDONÇA
mendoncarolina@gmail.com


SESSÃO 12 - Demographic processes and cultural change: archaeological perspectives

A new explanatory model for the first Upper Paleolithic occupations in SW Iberia
TELMO PEREIRA
telmorjpereira@gmail.com


Territoriality and social networks in the Upper Solutrean of Southern Iberia: a review of facts and perspectives for the future
JOÃO CASCALHEIRA
jmcascalheira@ualg.pt


Territorialidade e uso do espaço no Tardiglacial do Algarve
CAROLINA MENDONÇA
mendoncarolina@gmail.com


Os Sistemas de Informação Geográfica como ferramenta de análise da ocupação do território na época mesolítica
CÉLIA GONÇALVES
ceelin@hotmail.com


Robustez femoral, sulco pré‐auricular e articulações acessórias ilíacas: Marcadores de stress ocupacional fiáveis? Estudo em indivíduos masculinos de duas Colecções de Esqueletos Identificados portuguesas
VANESSA CAMPANACHO
vanessa_campanacho@hotmail.com

SESSÃO 13 - Pósters Livres

Contributo para a relação entre a Arqueologia e a linha de costa no Algarve, Portugal
LEANDRO INFANTINI
leandroinfantini@hotmail.com

«Darwin Now» inaugurada hoje no Museu Nacional de Historia Natural de Lisboa

O Museu Nacional de História Natural de Lisboa inaugura hoje a exposição "Darwin Now", uma iniciativa promovida pelo British Council que pretende dar a conhecer a vida e obra do autor da teoria da evolução, Charles Darwin.
"Darwin Now é a contribuição do nosso instituto para celebrar os 200 anos do nascimento de Darwin e dos 150 da publicação da Origem das Espécies. É uma exposição simples dirigida sobretudo ao público escolar e àqueles que conhecem pouco de Darwin e que, em poucos minutos, podem ficar a perceber melhor as marcas que o seu trabalho deixou na Humanidade", explicou à agência Lusa a responsável da exposição e do instituto British Council, Fátima Dias.


Iniciativa é promovida pelo British Council

A exposição, que ficará patente até ao final deste ano, é composta por 14 placares onde se expõem várias temáticas relacionadas com a vida de Darwin, com a sua obra Origem das Espécies e as reacções que esta gerou, nomeadamente junto da Igreja Católica.
"O confronto entre Ciência e Religião é uma das questões que salta mais à vista quando falamos de Charles Darwin. Além disso, esta exposição como foi elaborada por britânicos tem a particularidade de nos dar a conhecer uma visão britânica deste autor", apontou a responsável.
A inauguração da exposição de Charles Darwin, que irá posteriormente percorrer vários centros de Ciência Viva do país, vai ser antecedida por uma palestra sobre o autor proferida por Nuno Ferran, da Universidade do Porto, e por Randal Keynes, tetra neto de Darwin.

No ano passado foi comemorado o bicentenário do nascimento de Darwin

Charles Darwin, de quem se comemorou em 2009 o bicentenário do nascimento, revolucionou a percepção da vida na Terra e fundou a biologia moderna ao defender que todas as espécies descendem de um antepassado comum. Essa teoria da evolução está exposta no seu livro fundamental, A Origem das Espécies, de que se celebrou também em 2009 os 150 anos da sua publicação.
O livro, que esgotou em poucos dias, alcançou um sucesso imediato, mas desencadeou vivas reacções das autoridades religiosas, que viram nas suas ideias uma contestação da doutrina cristã da criação do mundo.
Darwin morreu em 19 de abril de 1882 aos 73 anos. Está enterrado na Abadia de Westminster, em Londres, onde repousam também os restos mortais do físico Isaac Newton. Nos últimos 150 anos, o pensamento darwinista foi completado com a contribuição da genética e mais recentemente através do novo desenvolvimento da biologia evolutiva.

In: Ciência Hoje
2010-04-29

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Biblioteca de Arqueologia reabre quinta-feira no Palácio da Ajuda

A Biblioteca de Arqueologia que integra o espólio do Instituto Arqueológico Alemão (IAA), cedido em regime de comodato ao Estado Português, reabre ao público quinta-feira em Lisboa, segundo comunicado do Instituto do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).

A biblioteca, constituída por um acervo documental com cerca de 55.000
registos bibliográficos, funcionará no segundo piso da Ala Norte do Palácio da Ajuda, segundo a mesma nota.
A cerimónia de abertura, quinta-feira às 17:00, será presidida pelo
secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle.
A Biblioteca tem carácter público, com acesso direto a utilizadores maiores de 16 anos.
"Como serviço especializado nas diversas áreas da arqueologia, o seu acervo está mais vocacionado para investigadores, professores, estudantes universitários ou pós-universitários e profissionais da área", lê-se na mesma nota.
A Biblioteca herdou os espólios do extinto Instituto Português de Arqueologia, e do IAA, aquando da extinção da sua delegação de Lisboa, em 1999.
A Biblioteca funcionava nos serviços de arqueologia em Belém, cujos edifícios foram demolidos para instalar naquele espaço o futuro Museu Nacional dos Coches.
Segundo a mesma nota, esta é "uma das mais importantes bibliotecas portuguesas especializadas em arqueologia", constituída por um acervo documental com cerca de 55.000 registos bibliográficos, divididos por cerca de 1.400 títulos de periódicos (metade dos quais activos e actualizados), 23.000 títulos analíticos e 30.000 títulos monográficos.
Por Agência Lusa
Publicado em 27 de Abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

NAP e AESDA promovem o seu primeiro curso de iniciação à espeleologia

Estão abertas as inscrições para o primeiro Curso de Iniciação à Espeleologia promovido pelo NAP e pela Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente.
O curso decorrerá entre o final de Maio e o mês de Junho, aos fins de semana, e pretende conferir aos formandos os conhecimentos necessários para progressão em meio subterrâneo com equipamento especializado, não habilitando, no entanto, os participantes à equipagem de algares.
Em baixo pode ser descarregado o programa completo das actividades, bem como a ficha de inscrição no curso que deve ser enviada pelos interessados por e-mail para nap.ualg@gmail.com

Evolutionary Anthropology: Issues, News, and Reviews

Current Issue

Volume 19 Issue 2 (March/April 2010)


acesso b-on

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Día del Libro, 23 de abril de 2010



10% de descuento

para los pedidos de estas selecciones que se envíen
entre los días 22 al 24 de abril exclusivamente por correo electrónico, sin mezclar con otros títulos y mencionando «Día del Libro».
¡Más de 3300 libros!


www.porticolibrerias.es

segunda-feira, 19 de abril de 2010

La base de dades radiocarbòniques de Catalunya

LA BASE DE DADES RADIOCARBÒNIQUES DE CATALUNYA es una recopilació de les datacions de contexts arqueològics del nord-est de la Península Ibèrica. El rang temporal comença aproximadament 50.000 anys abans del present fins al voltant de l'any 500 abans de la nostra era.
Aquest servei web posa a disposició de tothom interessat les datacions de carboni 14, tal i com han estat publicades, així com alguna informació contextual de les mostres datades i d’alguns materials arqueològics rellevants que han estat associats.

International Journal of Historical Archaeology

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Antropóloga portuguesa publica livro sobre como nos tornámos humanos

É o primeiro livro de divulgação científica de Eugénia Cunha, antropóloga forense e especialista em evolução humana. "Como nos Tornámos Humanos", publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra, e que vai ser lançado no próximo dia 13 (no Museu da Ciência daquela universidade, às 17h30), cabe no bolso do casaco, ou não tivesse só 17 por 12 centímetros. Mas contém tudo o que é essencial para compreender o que se lê e ouve sobre evolução humana.

Eugénia Cunha é especialista em evolução humana da Universidade de Coimbra
(Paulo Ricca/PÚBLICO)

Tem as descobertas importantes de fósseis, numa espécie de "quem é quem" dos protagonistas da nossa história evolutiva, sistematiza os conhecimentos, traça o "estado da arte", tudo de forma concisa e simples. Inclui referências a alguns achados portugueses, como a criança do Lapedo, com 24 mil anos ("o mais importante fóssil humano alguma vez descoberto em Portugal").
Nesta história, já sabemos como tudo acaba: somos agora a única espécie de humanos ("Homo sapiens"), mas houve muitas outras, como o "Homo habilis", o "Homo erectus" ou o "Homo neanderthalensis", algumas coexistiram, e descobrir como chegámos até aqui faz-nos continuar a ler.
"O que nos torna humanos constitui uma incrível questão científica", lê-se no início. "O destaque da imprensa à nossa história natural fundamenta-se por se tratar das nossas origens, de saber quem foi o 'big daddy', enfim compreender por que somos como somos."
Eugénia Cunha leva-nos, assim, numa viagem com início há 55 milhões de anos, quando surgiram os primatas, e, com grande parte da acção em África, conta como nos fomos tornando no que somos: bípedes, com cérebros grandes, fabricantes de ferramentas, com uma linguagem articulada e produtores de símbolos.

In Público
09.04.2010 - 12:52
Por Teresa Firmino

Novo australopiteco identificado é candidato a antepassado directo do «Homo»

Dois esqueletos descobertos na África do Sul revelam nova espécie baptizada como «Australopithecus sediba»
A descoberta de uma nova espécie de Australopithecus foi hoje anunciada na revista «Science». Baptizada como Australopithecus sediba, foi revelada através da análise de esqueletos de uma mulher e de uma criança com dois milhões de anos encontrados na África do Sul.
Esta descoberta pode ajudar os investigadores a perceberem melhor a evolução que deu origem ao género humano. O A. sediba (sediba significa “fonte” ou “origem” em língua Sesotho, um dos 11 idiomas oficiais da África do Sul) tem características tipicamente primitivas dos australopitecos e de seres mais avançados, como os do género homo. Os cientistas chegam mesmo a perguntar-se este é um australopiteco ou o primeiro representante do género Homo.

Restos dos dois exemplares encontrados

Lee Berger, da Universidade sul-africana de Witwatersrand, que dirigiu a investigação, defende que este se trata de um bom candidato a “espécie de transição” entre os Australopithecus africanus e o Homo habilis, ou, até, a ser o antepassado directo de Homo erectus.
Os fósseis foram encontrados entre escombros no fundo de um sistema de cavernas esculpidas pela erosão de um rio, a 40 quilómetros de Joanesburgo. Os restos mortais estavam misturados com outros animais (tigres de dentes de sabre, ratos, coelhos e antílopes).

Crânio do «Australopithecus sediba»

Durante os dois anos de investigação, os fósseis foram submetidos a vários tratamentos para se conseguir separar os ossos da rocha em que foram incorporados.
As análises revelaram que os esqueletos tinham braços compridos, mãos curtas e fortes, pélvis bastante evoluída e pernas compridas e perfeitamente capazes se suportarem o bipedismo. Ambos mediam 127 centímetros, a mulher pesada 33 quilogramas e o jovem 27 no momento da morte.
O tamanho dos seus cérebros varia entre os 420 e os 450 centímetros cúbicos. Apesar de pequenos do que o cérebro de um humano actual (1200-1600 centímetros cúbicos) a sua forma parece ser muito mais evoluída do que a dos australopitecos já conhecidos. De resto, a estrutura óssea faz lembrar as primeiras espécies do género Homo.

In: CiênciaHoje, 8-05-2010

quinta-feira, 8 de abril de 2010

“Australopithecus sediba”, a nova estrela da paleoantropologia

Descoberto novo australopiteco mais parecido connosco do que os outros
Imaginamos se seriam mãe e filho. Ou como foram parar ao lago que existia no fundo de uma gruta. Ou se morreram ao mesmo tempo. Tudo mistérios em torno de uma mulher e de um rapaz que viveram há quase dois milhões de anos, cujos ossos foram encontrados na África do Sul há cerca de um ano e meio e que hoje estão na capa da revista “Science” como uma das descobertas mais importantes nos últimos tempos relativas a um antepassado humano.

Foto de Brett Eloff, cedida por Lee Berger
( Universidade de Witwatersrand) (Brett Eloff)

Eis o “Australopithecus sediba”, a nova estrela da paleoantropologia, que tem mais características em comum com os primeiros representantes do nosso próprio género (o Homo) do que qualquer outro australopiteco conhecido até agora. Portanto, pode ajudar a desvendar quem foi o antepassado que deu origem ao género humano.
Entre as muitas grutas no território que agora é a África do Sul, existia uma que não tinha tecto há cerca de 1,9 milhões de anos e era funda. A mulher e o rapaz terão caído nessa gruta e ali permaneceram durante dias ou semanas. Os corpos foram depois arrastados até a um lago subterrâneo, talvez por uma chuvada, e aí acabaram por ser cobertos por sedimentos. Ao longo de dois milhões de anos, os sedimentos foram por sua vez sendo arrastados até que os fósseis ficaram expostos.
Em Março de 2008, Lee Berger, paleoantropólogo da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, iniciou uma prospecção minuciosa de um local, a 40 quilómetros desta cidade sul-africana, conhecido como o Berço da Humanidade e que a UNESCO classificou como património mundial devido à riqueza de depósitos com fósseis.
Em conjunto com o geólogo Paul Dirks, que entretanto se mudou para a Universidade James Cook, na Austrália, Berger descobriu imensas grutas. Em várias havia fósseis. E, numa delas, em Agosto de 2008, a equipa encontrou os restos de um antepassado dos humanos. Era parte dos ossos de um rapaz que teria entre nove e 13 anos.
No mês seguinte, continuaram as explorações do sítio, conhecido por Malapa. Numa pequena cova, o paleoantropólogo reparou num osso que saía de uma rocha. Atrás desse osso vieram outros, e a equipa estava na presença de um segundo indivíduo — uma mulher, com 20 e tal a 30 e poucos anos.
Mulher e rapaz parecem ter sido arrastados para o interior da gruta por um único fluxo de detritos, o que sugere que as suas mortes ocorreram em momentos muito próximos. Por isso, é provável que se conheçam ou até que tivessem algum grau de parentesco.
Esses sedimentos foram datados como tendo entre 1,7 e 1,9 milhões de anos, pelo que os fósseis devem ter essa idade. (Além de vários ossos dos dois australopitecos, havia na gruta ossos de hienas, antílopes ou felinos com dentes de sabre).

Uma nova espécie
O que têm de especial é um conjunto de características morfológicas que levaram a equipa de cientistas a classificá-los como uma nova espécie de australopiteco. Conheciam-se já pelo menos cinco espécies, todas em África, mas estes dois indivíduos eram diferentes de todas elas em muitos aspectos. Além disso, algumas das suas características verificam-se nos membros do género “Homo” e não nos australopitecos.
Antes de mais, diga-se que os australopitecos eram pré-humanos e que os humanos apareceram precisamente com o género “Homo”. A espécie de australopiteco mais antiga que se conhece viveu há 4,2 milhões de anos e a que agora é anunciada foi a mais recente, com o crânio do jovem a servir para definir a nova espécie e a preencher a capa da “Science” (pelo meio, viveu a famosa Lucy, uma fêmea de “Australopithecus afarensis”, com 3,2 milhões de anos).
O que tinham então aquele rapaz e aquela mulher quer de australopiteco, quer de humano? Tal como os australopitecos, tinham corpos pequenos (ambos com cerca de 1,27 metros de altura e 30 quilos), cérebros também pequenos, braços longos e mãos fortes. Pensa-se que podiam trepar às árvores, mas eram bípedes. Por outro lado, alguns traços do crânio e da bacia e as pernas longas, capazes de andar em passada ou até correr, existem no género humano.
Ora a origem do género “Homo” é alvo de grande debate científico: como seu antepassado, têm sido propostas várias espécies entre os australopitecos (mas não só). O facto de o “Australopithecus sediba” partilhar traços comuns com os humanos pode tornar mais claro este quebra-cabeças evolutivo.
Para baralhar mais as coisas, os primeiros membros do género “Homo” foram datados com 2,4 milhões de anos. Mas o “Australopithecus sediba” foi datado como sendo mais recente, com os tais quase dois milhões de anos, pelo que assim não poderia ter dado origem aos primeiros humanos. Pode então não ter sido ele a fazer a transição directa para o nosso género, mas uma outra espécie que existiu antes dele.
Esta nova espécie é um candidato a antepassado do género ‘Homo’ ou de um grupo irmão, com um antepassado próximo, que persistiu no tempo depois do aparecimento dos primeiros ‘Homo”, escreveu a equipa de Lee Berger na “Science”. “‘Sediba’, que significa ‘fonte natural’ em sotho, uma das 11 línguas oficiais da África do Sul, pareceu o nome apropriado para uma espécie que pode ser o ponto a partir do qual surgiu o género Homo”, conta Berger, na nota de imprensa.
Agora a equipa desafiou as crianças da África do Sul a escolherem um nome comum para o novo rapaz australopiteco. Sugestões?

08.04.2010 - 16:03 Por Teresa Firmino
In Público

Viagem ao clima do passado nos anéis de uma árvore

Nos anéis de troncos de uma árvore neozelandesa chamada kauri, que têm estado preservados em turfeiras, investigadores neozelandeses e britânicos, das universidades de Oxford e de Exeter, estão a estudar os registos climáticos ali preservados até um tempo tão recuado como há 30 mil anos. Ou seja, até à última era glaciar.
As árvores conseguem guardar nos anéis dos seus troncos, com um detalhe muito preciso, as flutuações rápidas do clima e é essa informação que os investigadores estão a analisar naqueles exemplares muito antigos das árvores. Anéis mais largos, por exemplo, correspondem a verões frios e secos e os mais finos correspondem ao contrário.
Estas árvores kauri podem viver até dois mil anos e medir quatro metros de diâmetro. Os troncos preservados nas turfeiras conservam a informação da sua própria época, no final da última era glacial, que os investigadores não compreendem ainda muito bem.

In: DN - 7.4.2010

“Um dia na pré-história” de volta a Alcalar, em Portimão


No dia 17 de Abril, o Centro Interpretativo de Alcalar é palco da quarta edição da iniciativa “Um dia na pré-história”, que convida as famílias a passarem um sábado diferente, viajando no tempo até ao quotidiano da comunidade local de há cinco mil anos.
Mais uma vez dinamizada pela equipa do Museu de Portimão, esta recriação conta, a par das visitas orientadas por arqueólogos, com a possibilidade de os visitantes poderem observar e participar em algumas das actividades que garantiam a sobrevivência da população no período entre o neolítico final e o calcolítico.
A necrópole de Alcalar, localizada a cerca de 9 km de Portimão, é composta por cerca de 20 sepúlcros agrupada em vários núcleos e revelando uma grande diversidade de soluções arquitectónicas e ainda por um rico espólio de artefactos, entre os quais almofarizes em calcário e pontas de seta em silex.
As visitas, de entrada livre, podem ser feitas de manhã, entre as 10h00 e as 12h30, e da parte da tarde, das 14h00 às 16h30, sendo que a partir das 9h30 estará disponível gratuitamente um autocarro “Vai e Vem”, com partidas do Museu a cada 20 minutos e paragens no Largo do Dique, em direcção a Alcalar.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Gravuras dos antigos habitantes da Escócia podem ser um tipo de escrita

Investigadores identificaram escrita através de processo matemático mas não a conseguem decifrar
A civilização dos pictos, que ocupou a actual Escócia entre 300 a 843 d.C, deixou uma série de pedras esculpidas. Até agora, as imagens nelas presentes eram consideradas arte rupestre ou vinculadas à heráldica. O novo estudo de um grupo de investigadores britânicos das Universidades de Lancaster e Exeter, publicado na «Proceedings of the Royal Society A», sugere que as imagens são afinal a linguagem escrita dos pictos, há muito desaparecida.

Duas rochas gravadas da civilização dos pictos

Esta civilização continua a ser enigmática. Quando os romanos chegaram à Grã-Bretanha deram-lhe o nome de pinctus, que significava “pintados”, pois estes usavam o corpo tatuado.
Os autores do estudo explicam que deixaram algumas centenas de pedras habilmente esculpidas com símbolos estilizados. Devido à sua natureza fragmentária, ainda não tinha sido possível percebe-se se representavam uma forma de linguagem escrita.
O investigador Rob Lee e a sua equipa analisaram todas as imagens encontradas nas poucas centenas de rochas. Utilizaram um processo matemático conhecido como “entropia da informação” e estudaram a forma, a direcção, a aleatoriedade e outras características de cada gravura.
Os dados foram depois comparados com inúmeras linguagens escritas, tais como os hieróglifos egípcios, textos chineses, escrita latina, anglo-saxão, língua nórdica antiga, galês antigo, entre outras. Apesar de não coincidirem com nenhuma delas, apresentam características de escrita baseada numa linguagem falada.

As imagens mais utilizadas nas gravuras

Rob Lee, citado pela Discovery News, explica que a escrita aparece em duas formas básicas: a lexicográfica, que se baseia no discurso, e a semasiográfica, onde as imagens veiculam a significação pré-definida.
Paul Bouissac, da Universidade de Toronto, um dos mais conceituados investigadores na área, afirmou à Discovery que é mais que plausível que os ‘símbolos’ Pictos sejam exemplos de escrita, no sentido em que a informação codificada também tinha uma forma falada.
Contudo, o que se conhece deste sistema não permite, ainda, a sua decifração. Talvez apareça uma espécie de «pedra de Roseta» (aquela que permitiu decifrar-se o código hieroglífico egípcio) que desvenda o mistério. Uma descoberta dessas seria muito importante para conhecer aquela civilização perdida.

In: CiênciaHoje - 2010-04-01

Espécie de hominídeo nunca antes identificado terá vivido na Sibéria há 40 mil anos

Investigadores dizem que serão necessários mais estudos para confirmar a descoberta deste ser
Na Gruta Denisova, na Sibéria, uma equipa de investigadores russos encontrou, durante uma escavação, o osso de um dedo. Foi no Verão de 2005 e na altura os cientistas puseram de parte o achado para o estudarem mais tarde por pensarem tratar-se de o osso de um Neandertal, comum naquela zona e, nomeadamente, naquela caverna. Finalmente, o osso foi analisado e está a surpreender a comunidade científica. Na revista «Nature» está agora publicado o estudo que revela que, provavelmente, se está perante uma espécie de hominídeo com 30 mil anos até agora desconhecido.

Svante Pääbo, do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology

Uma equipa de investigadores do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology extraíram e sequenciaram o DNA do fóssil. De facto, este não coincidia com o do Homo neanderthalensis nem com o homem moderno, que naquela época habitavam aquele espaço.
Os investigadores acreditam que se trata de uma espécie anterior não identificada que saiu de África muito antes dos seus “parentes” conhecidos. Pensa-se que será 500 mil anos mais velha do que os Neandertais. Svante Pääbo, um dos autores deste estudo de âmbito internacional, confessa-se surpreendido por este “resultado inesperado”.

Gruta Denisova, Sibéria

No entanto, este é apenas um estudo preliminar. O cientista Eske Willerslev, do Centro de Geogenética da Universidade de Copenhaga, não envolvido no estudo, aplaude a descoberta mas sublinha que é necessário guardar algumas reservas, pois só com mais estudos se pode confirmar este estudo inicial.
Ainda há muitas perguntas para responder. Na gruta onde se encontrou este ser, designado para já de «Mulher X», foram também encontrados artefactos e ferramentas de pedra e de osso bastante sofisticados. Nas primeiras análises estes objectos não parecem pertencer à cultura mustierense, associada aos Neandertais.
A Caverna Denisova, nos Montes Altai, Sibéria, Rússia, próximo da vila Tchyorny Anui, era já conhecida como uma fonte rica em artefactos mustierenses, de técnica Levallois. Há mais de uma década que investigadores russos do Instituto de Arqueologia e Etnologia de Novosibirsk procuram os autores destes artefactos. Esta descoberta vem enriquecer ainda mais este local.
Agora, os investigadores estão agora a tentar sequenciar o genoma por completo. Se forem bem sucedidos, serão mais antigo genoma humano a ser sequenciado.

In: Ciência Hoje - 2010-03-25