Surgida da necessidade do aperfeiçoamento do registo de dados em escavações arqueológicas com milhares de unidades estratigráficas, a matriz de Harris objectivava a elaboração de um esquema perfeitamente legível, onde se colocasse em evidência as relações estratigráficas essenciais, mostrando assim a ordem de deposição/formação das mesmas ao longo do tempo, de uma forma organizada e sequencial.
Através de um rigoroso registo dos dados resultantes das escavações arqueológicas, em fichas de unidades estratigráficas, estas realidades são identificadas, numeradas e registadas aquando do seu reconhecimento.
São definidos os três princípios base de estratigrafia em arqueologia:
· Princípio da sobreposição da estratigrafia arqueológica;
· Princípio da horizontalidade;
· Princípio da continuidade.
Aliados a estes, a ideia de interface, a percepção da existência de estruturas positivas e negativas e a identificação de relações cronológicas entre as camadas, pretendia colocar em evidência o princípio da sucessão estratigráfica, segundo as leis da sobreposição - o lugar exacto de uma unidade estratigráfica numa matriz encontra-se entre a mais recente (mais alta) de todas as unidades que cobre e a mais antiga (mais baixa) de todas as unidades que a cobrem – sendo que, desde que mantenham contacto físico entre ambas, é redundante qualquer outro tipo de relação. Contudo, as matrizes podem ainda representar mais dois tipos de relações: a correlação, que se estabelece sempre que duas unidades estratigráficas tenham sido apenas uma; e a diferença, onde as unidades não apresentam uma conexão estratigráfica directa.
Assim, e através da numeração das realidades estratigráficas aquando do registo de campo (não sendo esta necessariamente sequencial), é possível representar graficamente todas as relações entre as unidades, através da elaboração da matriz - do mais antigo para o mais recente, de baixo para cima - de modo a compreende-las e a reconstituir o seu contexto original.
Por fim, e uma vez que a matriz em si não apresenta dados cronológicos, deve-se proceder ao faseamento da mesma.
Desde Janeiro de 2008, o "Principles of Archaeological Stratigraphy" encontra-se disponível on-line. Para fazer o download em PDF basta clicar aqui.
Bibliografia
*Harris, E. (1997) Principles of Archaeological Stratigraphy, Second edition, London: Academic Press Limited.
Vera Pereira
Mestrando em Arqueologia, Teoria e Métodos
Universidade do Algarve
Mestrando em Arqueologia, Teoria e Métodos
Universidade do Algarve
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