sábado, 12 de maio de 2012

Descobertos os mais antigos calendários Maias

Calendários estão pintados nas paredes de uma casa em ruínas
foto NATIONAL GEOGRAPHIC/AFP
Uma equipa de arqueólogos norte-americanos anunciou a descoberta, na Guatemala, dos calendários astronómicos Maias mais antigos, que remontam ao século IX. 

Os calendários, que documentam ciclos lunares e planetários, estão pintados nas paredes de uma casa, cujos vestígios foram encontrados no sítio arqueológico de Xultún.

Os resultados da descoberta serão publicados nas revistas "Science", esta sexta-feira, e "National Geographic", em junho.

Os investigadores sustentam que os carateres pintados no que poderá ter sido um templo da megacidade de Xultún, na região guatemalteca de Petén, são vários séculos mais antigos do que os códigos Maias escritos nos livros de papel de casca de árvore do período pós-clássico tardio.

Além disso, as inscrições são as primeiras da arte Maia a serem encontradas numa casa, realçou David Stuart, professor de arte meso-americana, na Universidade do Texas-Austin, nos EUA.

Uma das paredes da habitação tem uma série de cálculos que correspondem ao ciclo lunar, enquanto outra os símbolos que poderão relacionar-se com os ciclos de Marte, Mercúrio e, possivelmente, de Vénus.

Os arqueólogos creem que os calendários procuravam a harmonia entre as mudanças celestiais e os rituais sagrados.

De acordo com os especialistas, o lugar onde foi feita a descoberta poderá ter sido um espaço de reunião de astrónomos, sacerdotes e copistas dos calendários, mas também de uma autoridade, dada a riqueza da decoração das paredes.

Contrariamente a certas crenças populares, não há qualquer indicação nos calendários Maias de que o fim do mundo coincide com o final de 2012.

"Os antigos Maias previam que o mundo continuava e que, dentro de 7000 anos, as coisas estariam exatamente como estavam no seu tempo", sustentou o arqueólogo William Saturno, que dirigiu a expedição.

Para Anthony Aveni, professor de astronomia na Universidade Colgate, em Nova Iorque, e coautor da investigação, "o mais excitante da descoberta é a revelação de que os Maias rabiscavam os cálculos dos ciclos calendários em paredes, centenas anos antes de os escribas os escreverem nos Codex", que representam os arquivos da civilização pré-colombiana destruídos, em grade parte, pelos conquistadores espanhóis.

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