terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Grupo de hominídeos até agora desconhecido conviveu com Neandertais e Sapiens

Denisovanos” habitaram a Ásia há 30 mil anos
O fragmento de um dedo e o dente encontrados na gruta de Denisova, na Sibéria, em 2008, pertencem a um tipo de hominídeo desconhecido até agora. São estas as conclusões dos investigadores do Instituto alemão Max Planck, depois de terem sequenciado o DNA nuclear do dedo.

Na gruta de Denisova, na Sibéria, foram encontrados um dente e parte de uma mão
Na gruta de Denisova, na Sibéria, foram encontrados um dente e parte de uma mão
Esta linhagem denisovana viveu há 30 mil anos, partilhando o planeta com outros humanos: nós – os Sapiens sapiens –, os Neandertais e o homo florensis, da Indonésia. O estudo está publicado na revista «Nature». Devido à escassez de fósseis, os cientistas preferem não denominar este achado como o de uma nova espécie, antes de um novo “grupo” de humanos.

Depois de comparar o genoma com os dos Neandertais – que foi também sequenciado este ano – e com o dos humanos actuais da Europa, África e Ásia, os investigadores chegaram à conclusão de que se tratava de facto de um hominídeo desconhecido. Outra surpresa foi perceber que parte do seu DNA (menos de três por cento) está presente em populações da Melanésia.

A paleogenética revelou que estes hominídeos são mais parecidos com os Neandertais do que connosco, o que significa que descendem dos mesmos antepassados, que se dividiram em dois ramos há 600 mil anos. Antes, há 800 mil anos, o tronco comum tinha-se dividido em dois ramos, aquele e o que deu origem à nossa espécie.

O dente molar que se encontrou na gruta confirma que a morfologia destes seres é muito mais primitiva do que a nossa. Os dentes são semelhantes aos do homo erectus, outro hominídeo que faz parte da árvore evolutiva humana (de há 1,8 milhões de anos).

Os cientistas pensam que o grupo “denisovano” se dispersou amplamente pela Ásia, enquanto os Neandertais se espalhavam pela Eurásia. Isto até os humanos modernos terem saído de África. A extinção daqueles dois grupos terá acontecido mais ou menos ao mesmo tempo e pouco depois da chegada dos sapiens sapiens.

Richard Green, da Unviersidade da Califórnia e um dos autores do estudo, afirma que a história da evolução humana é muito mais complexa do que se pensava há uns anos: “Percebemos agora que existem linhagens entrelaçadas com mais jogadores e interacções que conhecíamos”.


2010-12-23 

1 comentário:

CHIICO MIGUEL disse...

Este blog é muito interessante, instrutivo. Gosto de arqueologia. Sabia que no Piauí, Brasil, há um sítio onde foram encontrados restos do homem com cerca de 50 mil anos?
A professora Niéde Guidon, francesa, coordena os trabalhos da Serra da Capivara - nome do sítio.
Copiei em meu blog abaixo mencionado uma matéria que me transmitiu Tukakubana, da Ilha da Madeira.
Meu blog: http://franciscomigueldemoura.blogspot.com