terça-feira, 28 de dezembro de 2010

INFORMAÇÃO JIA 2011

Findo o período de submissão de propostas de sessões temáticas para o JIA 2011, é com enorme satisfação que o Comité Organizador informa que recebemos um total de 26 propostas, cumprindo todas elas os requisitos de qualidade a que estas jornadas já nos vêm habituando. Desde já vos agradecemos pela vossa contribuição e pela confiança e responsabilidade em nós depositadas.
A grande afluência verificada, trouxe, porém, à Organização e ao Comité Cientifico das jornadas, dificuldades extra na escolha das 12 sessões finais, cujo prazo de divulgação terminaria hoje dia 20 de Dezembro.
Desta forma, tendo em vista a integração do maior número de contribuições e para que vos possamos oferecer um painel de sessões tão diversificado e enriquecedor quanto possível, vimos informar que a publicação dos resultados será adiada para o final do mês de Dezembro.
Muito obrigado uma vez mais pelas vossas propostas e pela vossa compreensão.

Mais informações em http://www.jia2011.com/

Grupo de hominídeos até agora desconhecido conviveu com Neandertais e Sapiens

Denisovanos” habitaram a Ásia há 30 mil anos
O fragmento de um dedo e o dente encontrados na gruta de Denisova, na Sibéria, em 2008, pertencem a um tipo de hominídeo desconhecido até agora. São estas as conclusões dos investigadores do Instituto alemão Max Planck, depois de terem sequenciado o DNA nuclear do dedo.

Na gruta de Denisova, na Sibéria, foram encontrados um dente e parte de uma mão
Na gruta de Denisova, na Sibéria, foram encontrados um dente e parte de uma mão
Esta linhagem denisovana viveu há 30 mil anos, partilhando o planeta com outros humanos: nós – os Sapiens sapiens –, os Neandertais e o homo florensis, da Indonésia. O estudo está publicado na revista «Nature». Devido à escassez de fósseis, os cientistas preferem não denominar este achado como o de uma nova espécie, antes de um novo “grupo” de humanos.

Depois de comparar o genoma com os dos Neandertais – que foi também sequenciado este ano – e com o dos humanos actuais da Europa, África e Ásia, os investigadores chegaram à conclusão de que se tratava de facto de um hominídeo desconhecido. Outra surpresa foi perceber que parte do seu DNA (menos de três por cento) está presente em populações da Melanésia.

A paleogenética revelou que estes hominídeos são mais parecidos com os Neandertais do que connosco, o que significa que descendem dos mesmos antepassados, que se dividiram em dois ramos há 600 mil anos. Antes, há 800 mil anos, o tronco comum tinha-se dividido em dois ramos, aquele e o que deu origem à nossa espécie.

O dente molar que se encontrou na gruta confirma que a morfologia destes seres é muito mais primitiva do que a nossa. Os dentes são semelhantes aos do homo erectus, outro hominídeo que faz parte da árvore evolutiva humana (de há 1,8 milhões de anos).

Os cientistas pensam que o grupo “denisovano” se dispersou amplamente pela Ásia, enquanto os Neandertais se espalhavam pela Eurásia. Isto até os humanos modernos terem saído de África. A extinção daqueles dois grupos terá acontecido mais ou menos ao mesmo tempo e pouco depois da chegada dos sapiens sapiens.

Richard Green, da Unviersidade da Califórnia e um dos autores do estudo, afirma que a história da evolução humana é muito mais complexa do que se pensava há uns anos: “Percebemos agora que existem linhagens entrelaçadas com mais jogadores e interacções que conhecíamos”.


2010-12-23 

Homo sapiens com 400 mil anos pode ter sido descoberto

Arqueólogos de Israel anunciaram hoje que poderão ter descoberto a mais antiga prova da existência do homem moderno, o que, a confirmar-se, pode alterar as teorias sobre a origem do homem, mas a hipótese suscita dúvidas.
Uma equipa da Universidade de Telavive que fez escavações nas grutas de Qesem, no centro de Israel, anunciou ter encontrado dentes com cerca de 400 mil anos, idênticos a outros vestígios do homem moderno, ou Homo sapiens, encontrados no país. Os mais antigos vestígios de Homo sapiens encontrados até agora tinham metade dessa idade.
"É muito excitante chegar a esta conclusão", disse o arqueólogo Avi Gopher, cuja equipa examinou os dentes com raios X e TAC, datando-os de acordo com os estratos de terra onde foram encontrados. O cientista sublinhou que é necessário aprofundar a investigação para confirmar a hipótese. Se for confirmada, "muda toda a história da evolução".
A teoria cientificamente aceite é que o Homo sapiens é originário de África e migrou para fora do continente. Gopher disse que, se estes vestígios estiverem relacionados com os antepassados do homem moderno, isso pode significar que o homem moderno surgiu no território hoje ocupado por Israel.
Por Lusa, in DN



Sir Paul Mellars, um especialista em Arqueologia da Universidade de Cambridge, afirmou à AP que o estudo é respeitável e que a descoberta é "importante" porque são raros os vestígios deste período crítico, mas sublinhou que é prematuro afirmar que têm origem humana.
"Com base nas provas que apresentaram, é uma possibilidade ténue e francamente remota", disse Mellars, que considera que estes vestígios estão provavelmente relacionados com os Neandertais. De acordo com as teorias actualmente aceites, o homem moderno e o Neandertal têm origem num antepassado comum que viveu em África há cerca de 700 mil anos.
Um grupo terá migrado para a Europa, evoluindo para os Neandertais, que mais tarde se extinguiram. Outro grupo terá ficado em África e evoluído para o Homo sapiens - o homem moderno. Na opinião de Mellars, os dentes são indicadores pouco fiáveis e as análises de restos de crânios permitiriam identificar com mais certeza a espécie encontrada na gruta de Qesem.
O arqueólogo Avi Gopher diz que está confiante em que a sua equipa vai encontrar crânios e ossos nas escavações. As grutas pré-históricas de Qesem foram descobertas no ano 2000 e as escavações começaram em 2004. Os investigadores Avi Gopher, Ran Barkai e Israel Hershkowitz publicaram o estudo no American Journal of Physical Anthropology, com data de 23 de Dezembro de 2010.
Por Lusa, In DN

Estudo revela que os neandertais afinal cozinhavam e comiam legumes

O homem de Neandertal, extinto há 30 mil anos, alimentava-se de carne e de vegetais e cozinhava os alimentos, segundo um estudo publicado hoje na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, PNAS, citado pela AFP.

Comparação dos crâneos de um homem moderno e de um neandertal (DR)

As investigações anteriores indicavam que os Neandertais eram sobretudo caçadores carnívoros, o que teria precipitado a sua extinção.

Pensava-se que os primeiros homens modernos com os quais aqueles coexistiram durante cerca de 10 mil anos teriam sobrevivido graças ao consumo de outros tipos de alimentos, como vegetais, peixes e mariscos, conforme os locais onde viviam.

O novo estudo parte da análise de partículas de alimentos contidas nas placas de tártaro dos dentes fossilizados de Neandertais descobertos em sítios arqueológicos do Iraque e da Bélgica, e trazem uma nova luz sobre estes primos desaparecidos.

Os investigadores, orientados por Dolores Piperno, do departamento de Antropologia do Museu de História Natural Americano Smithsonian, descobriram grãos de amido provenientes de várias plantas, entre as quais uma erva selvagem, e vestígios de diferentes legumes, raízes e tubérculos.

Muitos desses alimentos tinham sofrido modificações físicas correspondentes à cozedura, nomeadamente os grãos de amido, o que faz pensar que o homem de Neandertal dominava o fogo, tal como os primeiros homens modernos.

Os dentes continham também vestígios de partículas de tâmaras e de amido de outros vegetais que os investigadores continuam a tentar identificar.

Nenhum artefacto de pedra indica, no entanto, que os Neandertais utilizavam utensílios para moer os grãos, pelo que é provável que não praticassem agricultura.


27.12.2010 - 20:11
Por Lusa in Público

Cientista da equipa que descobriu novo humano diz que este se reproduziu connosco

Pelo menos até há 30 a 50 mil anos, um grupo de humanos desconhecidos até agora, os denisovanos, coexistiram com os Neandertais e a nossa espécie (os humanos modernos). Mais: houve mistura genética entre os denisovanos e nós, uma conclusão de novas análises genéticas aos achados da gruta Denisova, na Sibéria. Um dos cientistas da equipa, Bence Viola, do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, Alemanha, diz que há 100 mil anos a diversidade humana era muito maior do que pensávamos.

Bence Viola (Foto: DR)

Os denisovanos são uma nova espécie de humanos?
Não falamos da questão de os denisovanos serem ou não uma nova espécie, porque é difícil responder a isso com os dados genéticos. Utilizando a definição biológica aceite, segundo a qual os membros de diferentes espécies são reprodutivamente isolados, pelo que não têm descendência, é difícil declarar os denisovanos - e também os Neandertais - como uma espécie separada, uma vez que se reproduziram claramente com os humanos modernos. Em geral, estes resultados levam-nos a repensar, pelo menos a mim, o conceito de espécie na evolução humana.

Qual a importância da descoberta desta forma de humanos antigos?
Esta descoberta mostra que vários grupos humanos - alguns diriam espécies - habitaram a Terra ao mesmo tempo há cerca de 100 a 80 mil anos. Há 100 mil anos pode ter havido cinco grupos de humanos: teríamos os humanos modernos (os nossos antepassados directos) em África; os Neandertais na Europa e em parte do Próximo Oriente; os denisovanos na Sibéria e possivelmente em parte do Sudeste asiático; talvez o Homo erectus tardio em Java, na Indonésia; e a forma anã do Homo floresiensis na ilhas das Flores, Indonésia. Isto é bastante diferente do que pensávamos há dez anos, pois nessa altura supunha-se só existirem os humanos modernos e os Neandertais.

Quando se extinguiram os denisovanos? E porquê?
Não sabemos. Embora pensemos que provavelmente se espalharam pela Ásia, não temos qualquer prova clara disso noutro sítio [além dos achados na gruta Denisova, na Sibéria]. A sua extinção deve ter acontecido depois de há 50 mil anos, que é a idade mais provável dos achados de Denisova. Provavelmente, isto aconteceu ao mesmo tempo que a extinção dos Neandertais [há 30 mil anos]. Não temos modelos para as razões por que se extinguiram, mas talvez a competição com os humanos modernos seja uma boa razão.

Temos um osso e um dente destes humanos na Sibéria. Mas, bastante longe, a sua equipa também descobriu que as actuais populações da Melanésia apresentam traços genéticos desses humanos. As migrações deles são um quebra-cabeças?
São. Sabemos que os seus antepassados saíram de África a certa altura, mas não sabemos quando. Eles acabaram na Ásia, mas só temos provas claras deles na Sibéria. Pensamos que estiveram noutras partes da Ásia, como no Sul da China, uma vez que sabemos [através de análises genéticas] que encontraram os melanésios, habitantes da Papuásia-Nova Guiné e Ilhas Salomão. É pouco provável que estes tipos tenham ido primeiro para norte, para a Sibéria, para depois virem para sul em direcção ao Pacífico. Estamos só a começar a compreender o que se passou na Ásia.

Por que é que essa rota logo para norte é pouco provável?
A maioria das pessoas supõe que os antepassados dos melanésios [já humanos modernos], após saírem de África, seguiram uma rota através da costa Sul e Sudeste da Ásia. Por isso, a ideia de que os denisovanos foram primeiro para a Sibéria e depois é que viraram para sul parece menos provável.

Qual é a maior surpresa que este achado trouxe?
Sem dúvida, a ligação à Melanésia é uma grande surpresa. Quando os meus colegas geneticistas me falaram dela, primeiro pensei que era uma brincadeira. Teria ficado muito menos surpreendido se os chineses ou as populações da Ásia Central tivessem traços genéticos dos denisovanos. Os chineses e os mongóis estão muito mais perto da Sibéria, por isso seria mais fácil a hipótese de uma troca genética. Além disso, há muito tempo que os antropólogos chineses reivindicam a existência de uma continuidade genética na China entre os hominídeos mais antigos - principalmente o Homo erectus encontrado em Zhoukoudian [em 1921] - e os actuais chineses. Terem-se reproduzido com pessoas que vivem hoje no outro lado do mundo, a dez mil quilómetros de distância, é bastante surpreendente. Estamos a recolher amostras de populações por toda a Ásia, para tentar encontrar outras ligações. Mas até agora ainda não tivemos sucesso. Qual é o próximo passo na investigação destes humanos?

Encontrar mais, tanto na gruta Denisova como nas grutas dos Montes Altai, e sobretudo no resto da Ásia (China, Mongólia e Indonésia). Também estamos a fazer comparações genéticas mais detalhadas, através do aumento da amostra de homens modernos. Vai ser interessante ver onde estão conservadas no genoma as partes oriundas dos denisovanos.

23.12.2010 - 12:50
Por Teresa Firmino in Público

Nós, os Neandertais e agora também a Mulher-X

Era uma mulher. Viveu entre há 30 a 50 mil anos. E, sem que o suspeitássemos até agora, pertencia a um grupo de humanos diferente de nós, mas que se reproduziu com a nossa espécie. Eis a Mulher-X, o primeiro indivíduo identificado desse grupo.

Na gruta Denisova, descobriu-se uma falange e um molar (D.R.)

Este novo capítulo na história complexa da nossa espécie, os humanos modernos ou Homo sapiens sapiens, é contado amanha na revista Nature, pela equipa de Svante Pääbo, guru mundial da paleoantropologia genética do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha.

Em 2008, encontrava-se a ponta do dedo de um humano na Sibéria, na gruta Denisova. Pensando estar perante a falange de um humano moderno, talvez de um Neandertal com sorte, a equipa de Pääbo sequenciou o ADN extraído desse pedaço de osso — não o ADN do núcleo das células, mas o que está nas mitocôndrias, as baterias das células e que é herdado só pela parte da mãe.

Quando viram os resultados, os cientistas não queriam acreditar: tinham em mãos ADN de um humano antigo desconhecido, pertencente a uma linhagem diferente das duas que até aqui se sabia terem habitado a Europa e a Ásia nessa altura — os humanos modernos, que saíram de África há cerca de 60 mil anos, e os Neandertais, que surgiram na Europa e Médio Oriente há 300 mil anos e extinguiram há cerca de 30 mil. Em Março último, a equipa revelou esses resultados, também na Nature, e espantou toda a gente.

Era também a primeira vez que um novo grupo de humanos era descrito não a partir da morfologia dos seus ossos fossilizados, mas da sua sequência de ADN.

Só pelo ADN das mitocôndrias, que está fora do núcleo das células, os cientistas não podiam saber se aquela falange, de um indivíduo com cinco a sete anos de idade, era de homem ou mulher. Mas deram-lhe a alcunha de Mulher-X, porque o ADN mitocondrial é matrilinear e porque gostavam de imaginar que era de uma mulher.

Depois, partiram para a sequenciação do ADN contido no núcleo celular e é a análise desses resultados que agora publicam. Além de confirmarem que a falange é mesmo feminina, os cientistas dizem que este novo grupo de humanos partilha um antepassado comum com os Neandertais, mas cada um seguiu uma história evolutiva diferente. Portanto, há 50 mil anos, além de nós e dos Neandertais, havia um terceiro grupo de humanos. Chamaram-lhe denisovanos.

Também sequenciaram agora o ADN mitocondrial retirado de um dente molar de outro indivíduo, um jovem adulto, descoberto na mesma gruta. Tanto o ADN como a morfologia do dente corroboram que se trata de um humano distinto dos Neandertais e da nossa espécie.

Durante décadas, discutiu-se se os Neandertais se teriam reproduzido ou não com a nossa espécie e se, apesar de extintos, haveria um bocadinho deles dentro de nós. Em Maio, o mesmo Pääbo pôs um ponto final na polémica, com a sequenciação do genoma dos Neandertais, dizendo que sim, que nos actuais euroasiáticos há um pouco de Neandertal. E agora a sua equipa diz que nos humanos modernos há igualmente um pouco dos denisovanos.

Mas, ao contrário dos Neandertais, os denisovanos não contribuíram geneticamente para os euroasiáticos actuais. As comparações genéticas entre os denisovanos e humanos modernos da Euroásia, África e Melanésia mostraram que são estes últimos que herdaram os seus genes.

De facto, a equipa descobriu que os naturais da Papuásia-Nova Guiné e das Ilhas Salomão partilham um número elevado de traços genéticos com os denisovanos, o que sugere que houve reprodução entre estes humanos até há poucos meses desconhecidos e os antepassados dos melanésios.

Sozinhos há pouco tempo
Em conjunto com a sequenciação do genoma dos Neandertais, o genoma dos denisovanos sugere uma imagem complexa das interacções genéticas entre os nossos antepassados e diferentes grupos antigos de hominíneos”, comenta Pääbo, citado num comunicado de imprensa do seu instituto.

O facto de os denisovanos terem sido descobertos no Sul da Sibéria, mas terem contribuído para o material genético de populações de humanos modernos da Papuásia-Nova Guiné sugere que os denisovanos podem ter-se espalhado pela Ásia”, diz.

Para Eugénia Cunha, especialista em evolução humana da Universidade de Coimbra, estes resultados mostram ainda quão diversos eram os grupos humanos no passado. “Sempre houve coexistência de várias espécies. Agora é que estamos numa situação anómala”, sublinha a antropóloga. “Há 50 mil anos, viviam os Neandertais, os humanos modernos e pelo menos este grupo distinto. Só muito recentemente é que nos tornámos a única espécie.

22.12.2010 - 21:12
Por Teresa Firmino in Público

Crias fêmeas de chimpanzés brincam com pauzinhos como se fossem bonecas

Talvez o presente perfeito para uma jovem chimpanzé esteja na própria árvore de Natal e não debaixo dela. Cientistas de Harvard descobriram que as crias fêmeas tratam os pauzinhos e galhos como se fossem bonecas. Os machos têm brincadeiras diferentes.

As fêmeas põem de lado os seus galhos assim que se tornam mães (Enrique Marcarian/Reuters)

Segundo os investigadores da Universidade de Harvard e do Bates College, Richard W. Wrangham e Sonya M. Kahlenberg, respectivamente, as jovens fêmeas mantêm os galhos consigo até elas próprias terem crias.

O estudo, publicado ontem na revista “Current Biology”, apresenta-se como a primeira prova de que uma espécie selvagem brinca com bonecas rudimentares e de que os machos e as fêmeas escolhem brincadeiras diferentes.

Em 14 anos de recolha de dados sobre o comportamento dos chimpanzés no Parque Nacional Kibale, no Uganda, Kahlenberg e Wrangham registaram mais de cem exemplos de crias que carregavam os seus pauzinhos. Em muitos casos, as jovens fêmeas não usavam os galhos para procurar alimentos ou lutar, como fazem por vezes os adultos, ou para qualquer objectivo perceptível. Segundo um comunicado da Universidade de Harvard, alguns jovens chimpanzés levavam os galhos para o sítio onde dormiam e houve uma cria que chegou mesmo a construir uma cama para o seu galho.

Ao longo de muitos anos temos visto juvenis com galhos de um lado para o outro e porque, às vezes, tratavam-nos como bonecas, queríamos saber se este comportamento representava alguma coisa parecida com uma brincadeira com bonecas”, explicou Wrangham. “Se a hipótese da boneca estivesse certa, pensámos que as fêmeas iriam andar com os seus galhos mais do que os machos e que os abandonariam assim que tivessem as primeiras crias. Agora observámos chimpanzés suficientes para testar ambas as situações.

Ambos os cientistas acreditam que o seu estudo ajuda a provar que, provavelmente, as crianças dos seres humanos já nascem com as suas próprias ideias sobre como se comportar em vez de imitarem outras raparigas a brincar com bonecas ou, no caso dos rapazes, optar pelos carrinhos. Talvez a escolha dos bonecos não se deva totalmente à socialização, apontam.

A investigação de Kahlenberg e Wrangham foi financiada pela Fundação Nacional da Ciência, Fundação Leakey, National Geographic Society, Fundação Getty e Fundação Wenner-Gren.

22.12.2010 - 17:28
Por Helena Geraldes in Público

The 14th Annual Iron Age Research

The 14th Annual Iron Age Research
Student Seminar
Durham University - 27-29 May 2011


Abstracts are now being accepted!

The Iron Age Research Student Seminar (IARSS) is an annual event organised by and hosted by research students at different archaeology departments around the UK. It provides a relaxed and friendly atmosphere for students to present their research as well as to network with other students and early career researchers. 2011 marks an important year for the study of the Iron Age in Britain, as it has been ten years since Understanding the British Iron Age: An Agenda for Action (Haselgrove et al. 2001) was published. This volume has provided a backbone for research as well as debate, but deserves to be reviewed after the past decade of research. This will form a central organisational theme for the student work presented.

Funding for this conference was provided by the Graduate School at Durham University
Please direct any inquiries to IARSS.2011@gmail.com

Mais informações em:

Journal of Archaeological Science


Geomorphology


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Boas Festas...

Encontro sobre os Concheiros de Muge

Temos o prazer de enviar a informação do Encontro sobre os Concheiros de Muge que vai decorrer no próximo dia 7 de Janeiro no Museu Geológico em Lisboa. A organização é da responsabilidade do Museu Geológico, da UNIARQ e do NAP.

Para mais informações contactar: museugeol@lneg.pt ou 213463915

domingo, 12 de dezembro de 2010

15th Symposium on Mediterranean Archaeology

Catania University – Sicily
(March 3-5th, 2011)

The fifteenth annual meeting of the Symposium on Mediterranean Archaeology (SOMA) will be held in Catania-Italy on 3-5th March 2011. As it has been through the past successful meetings, this symposium will continue to provide an important opportunity for young scholars and researchers to come together and discuss their works in a friendly and supporting atmosphere. Our spectrum is getting wider due to the knowledge of the increasing importance of the interdisciplinary works in the scientific world of our era. Papers dealing with arguments like sea, trade, colonization and also piracy are, in this sense, the most welcome. There are no limitations regarding the subject and the period. The conference language will be English, in order to maintain the usual organization of SOMA conferences. Allotted time for each paper will be presented in 20 minutes and followed by a discussion.

Deadline for registration of the paper is 25.01.2011

L'Anthropologie


Congrés d'Arqueologia experimental


17, 18 and 19 October 2011 will be held in Banyoles (Girona, Spain) the Third International Congress on Experimental Archaeology. The first circular will be sent soon.

Ciclo de Conferênciaas MNA

Relembra-se que o GEEvH, o NAP e o Museu Nacional de Arqueologia, realizam dia 14 de Dezembro, pelas 18 horas, a última conferência do ciclo de conferências "Arqueologia e Antropologia…. Territórios de fronteira"

"O arquivo clínico da última leprosaria portuguesa (Hospital-Colónia Rovisco Pais) e a sua importância para a paleopatologia da lepra"

Orador: Vítor Matos, vmatos@antrop.uc.pt
(Doutorado pela Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde)

Resumo:
Uma das lacunas relativamente à paleoepidemiologia da lepra reside na escassez de evidências paleopatológicas, o que contrasta com a abundância de registos históricos que revelam que esta doença era comum na Europa, sobretudo durante o período medieval. Com o intuito de contribuir para a problemática em torno do diagnóstico retrospectivo da lepra, efectuou-se uma investigação que recorreu ao cruzamento de dados clínicos – compilados do arquivo médico do Hospital-Colónia Rovisco Pais, Tocha, Portugal (1947-1996) – com os paleopatológicos – coligidos dos esqueletos provenientes do cemitério da leprosaria medieval de St. Jørgen’s de Odense, Dinamarca (séculos XIII-XVI/XVII).
Os resultados mais relevantes deste projecto são dados a conhecer, enfatizando-se as novidades e os desafios que trouxeram à paleopatologia.