Dois esqueletos descobertos na África do Sul revelam nova espécie baptizada como «Australopithecus sediba»
A descoberta de uma nova espécie de Australopithecus foi hoje anunciada na revista «Science». Baptizada como Australopithecus sediba, foi revelada através da análise de esqueletos de uma mulher e de uma criança com dois milhões de anos encontrados na África do Sul.
Esta descoberta pode ajudar os investigadores a perceberem melhor a evolução que deu origem ao género humano. O A. sediba (sediba significa “fonte” ou “origem” em língua Sesotho, um dos 11 idiomas oficiais da África do Sul) tem características tipicamente primitivas dos australopitecos e de seres mais avançados, como os do género homo. Os cientistas chegam mesmo a perguntar-se este é um australopiteco ou o primeiro representante do género Homo.
Restos dos dois exemplares encontrados
Lee Berger, da Universidade sul-africana de Witwatersrand, que dirigiu a investigação, defende que este se trata de um bom candidato a “espécie de transição” entre os Australopithecus africanus e o Homo habilis, ou, até, a ser o antepassado directo de Homo erectus.
Os fósseis foram encontrados entre escombros no fundo de um sistema de cavernas esculpidas pela erosão de um rio, a 40 quilómetros de Joanesburgo. Os restos mortais estavam misturados com outros animais (tigres de dentes de sabre, ratos, coelhos e antílopes).
Crânio do «Australopithecus sediba»
Durante os dois anos de investigação, os fósseis foram submetidos a vários tratamentos para se conseguir separar os ossos da rocha em que foram incorporados.
As análises revelaram que os esqueletos tinham braços compridos, mãos curtas e fortes, pélvis bastante evoluída e pernas compridas e perfeitamente capazes se suportarem o bipedismo. Ambos mediam 127 centímetros, a mulher pesada 33 quilogramas e o jovem 27 no momento da morte.
O tamanho dos seus cérebros varia entre os 420 e os 450 centímetros cúbicos. Apesar de pequenos do que o cérebro de um humano actual (1200-1600 centímetros cúbicos) a sua forma parece ser muito mais evoluída do que a dos australopitecos já conhecidos. De resto, a estrutura óssea faz lembrar as primeiras espécies do género Homo.
In: CiênciaHoje, 8-05-2010
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