O questionar dos condicionantes na produção do conhecimento científico possui já uma longa trajectória e múltiplos enfoques, desde os que se prendem mais a factores de ordem política e económica, até aqueles que procuram investigar a influência de estruturas de pensamento difusas ou de certa forma estruturadas, seja a nível social seja a nível pessoal.
Parece claro que a existência de uma ciência neutra, feita por pessoas que conseguem se distanciar de sua humanidade, de seu enquadramento social, de seu lugar num tempo e num espaço determinados e de sua(s) própria(s) identidade(s) parece hoje descartada, de forma que cada vez mais, cientistas dos mais variados campos voltam-se para a investigação dos tipos e das intensidades dos condicionantes que interferem no fazer de cada tipo de investigação.
O pensar dos condicionantes sociais, políticos e económicos da arqueologia, particularmente, nos leva a questionar não somente o quanto e de que forma estes interferem no desenvolver da ciência arqueológica, mas como tais contextos localizam a arqueologia em relação a toda a Comunidade na qual se inserem seus pesquisadores e os resultados de suas pesquisas.
Assim, não podemos nos abster de nos vermos envolvidos nas tramas sociais e políticas que interferem e muitas vezes direccionam o trabalho arqueológico, bem como não podemos nos esquecer que o nosso próprio posicionamento social e político, enquanto cientistas, condicionam a forma como a ciência arqueológica é recepcionada e compreendida no meio onde nos inserimos e onde se inserem os resultados de nosso trabalho.
Dessa forma, à medida que nos libertamos de uma visão de ciência como forma de discurso e de conhecimento que só pode ser entendida, interpretada, e alimentada por aqueles que detêm autorização da Comunidade Científica para discutir tais conteúdos, ou seja, pelos próprios arqueólogos entre si, para uma visão de conhecimento que, partindo dos próprios arqueólogos, comporte múltiplos discursos e múltiplas interpretações, nos abrimos para a possibilidade de transmitir conhecimento sob múltiplas linguagens. Tal possibilita que diferentes camadas sociais tenham acesso aos conhecimentos apreendidos pela ciência arqueológica e possam criar suas próprias identidades em relação ao trabalho do arqueólogo, bem como em relação aos sítios que fazem parte, tantas vezes, da paisagem de inúmeras comunidades sem chegar a efectivamente ser incorporada ao quotidiano das pessoas que as compõem.
Por outro lado, à medida que tentamos repensar as relações entre a ciência arqueológica e suas ligações com o universo político dos Estados Nacionais, abre-se a possibilidade de admitirmos novas formas de interacção entre esses dois universos, de forma que a tutela estatal em relação a administração dos sítios arqueológicos e do trabalho dos arqueólogos, possa ser minimizada, possibilitando a que grupos arqueológicos organizados no contexto social possam enriquecer essa ciência com novas formas de abordar a utilização dos espaços dos sítios, para, sem por em risco sua preservação, mas, pelo contrário enriquecendo seu valor e importância junto a comunidade local e internacional, possam gerar formas de possibilitar com que os conhecimentos que personificam tais sítios possam ser mais universalizados e, assim, reforçar a ideia de se criar múltiplas linguagens e múltiplas identidades em relação a essas importantes partes representativas de nossa própria história.
Parece claro que a existência de uma ciência neutra, feita por pessoas que conseguem se distanciar de sua humanidade, de seu enquadramento social, de seu lugar num tempo e num espaço determinados e de sua(s) própria(s) identidade(s) parece hoje descartada, de forma que cada vez mais, cientistas dos mais variados campos voltam-se para a investigação dos tipos e das intensidades dos condicionantes que interferem no fazer de cada tipo de investigação.
O pensar dos condicionantes sociais, políticos e económicos da arqueologia, particularmente, nos leva a questionar não somente o quanto e de que forma estes interferem no desenvolver da ciência arqueológica, mas como tais contextos localizam a arqueologia em relação a toda a Comunidade na qual se inserem seus pesquisadores e os resultados de suas pesquisas.
Assim, não podemos nos abster de nos vermos envolvidos nas tramas sociais e políticas que interferem e muitas vezes direccionam o trabalho arqueológico, bem como não podemos nos esquecer que o nosso próprio posicionamento social e político, enquanto cientistas, condicionam a forma como a ciência arqueológica é recepcionada e compreendida no meio onde nos inserimos e onde se inserem os resultados de nosso trabalho.
Dessa forma, à medida que nos libertamos de uma visão de ciência como forma de discurso e de conhecimento que só pode ser entendida, interpretada, e alimentada por aqueles que detêm autorização da Comunidade Científica para discutir tais conteúdos, ou seja, pelos próprios arqueólogos entre si, para uma visão de conhecimento que, partindo dos próprios arqueólogos, comporte múltiplos discursos e múltiplas interpretações, nos abrimos para a possibilidade de transmitir conhecimento sob múltiplas linguagens. Tal possibilita que diferentes camadas sociais tenham acesso aos conhecimentos apreendidos pela ciência arqueológica e possam criar suas próprias identidades em relação ao trabalho do arqueólogo, bem como em relação aos sítios que fazem parte, tantas vezes, da paisagem de inúmeras comunidades sem chegar a efectivamente ser incorporada ao quotidiano das pessoas que as compõem.
Por outro lado, à medida que tentamos repensar as relações entre a ciência arqueológica e suas ligações com o universo político dos Estados Nacionais, abre-se a possibilidade de admitirmos novas formas de interacção entre esses dois universos, de forma que a tutela estatal em relação a administração dos sítios arqueológicos e do trabalho dos arqueólogos, possa ser minimizada, possibilitando a que grupos arqueológicos organizados no contexto social possam enriquecer essa ciência com novas formas de abordar a utilização dos espaços dos sítios, para, sem por em risco sua preservação, mas, pelo contrário enriquecendo seu valor e importância junto a comunidade local e internacional, possam gerar formas de possibilitar com que os conhecimentos que personificam tais sítios possam ser mais universalizados e, assim, reforçar a ideia de se criar múltiplas linguagens e múltiplas identidades em relação a essas importantes partes representativas de nossa própria história.
Rita Juliana Soares Poloni
Leandro Infantini da Rosa
Bolseiros de Doutoramento pela FCT
Universidade do Algarve
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