A relação Arqueologia e Sociedade deve ser alvo de um diálogo permanente entre ambos os campos, procurando-se dessa forma o estabelecer de parcerias com objectivos a médio e longo prazo, entre elementos que formulam o pensamento arqueológico e os representantes públicos e privados da sociedade civil. Esta relação deve levar à estruturação de uma gestão programada do conhecimento formulado.
Para o arqueólogo, o entendimento do seu papel na sociedade é por vezes difícil, sendo esta noção essencial e base de todo o seu trabalho como formulador de memória colectiva. Idealmente a sua acção deveria alcançar dois objectivos: um primeiro de carácter científico, onde busca um conhecimento objectivo e rigoroso, que deve apresentar e discutir com a comunidade arqueológica; um segundo mais geral, recorrendo a plataformas com linguagem mais simplificada, de forma a cativar a sociedade no seu todo.
O primeiro objectivo encontra-se de alguma forma preenchido pelos diversos congressos, encontros e publicações da especialidade, podendo-se no entanto fazer uma chamada de atenção a um défice na divulgação dos dados a nível internacional. O segundo objectivo merece uma atenção especial. Sente-se, na maioria das autarquias, uma sensibilidade para as questões relacionadas com o património local, notando-se que aos poucos se vão preenchendo os quadros laborais com profissionais ligados ao conhecimento, valorização e preservação do património histórico-arqueológico; continua, no entanto, a sentir-se a falta de um aproximar da população às questões do património. No que diz respeito aos serviços centrais e tutelares, notou-se por parte do Ministério da Cultura um claro desinteresse e retrocesso no que se refere aos elementos ligados à arqueologia e ao património; este factor pode pôr em causa todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, devendo caber ao Estado o principal papel de gestão e defesa do património nacional. É também nesta lógica que se deve apoiar a procura da estruturação de um conhecimento cultural do património, para um público geral, com recurso a linguagem própria.
Existem ainda outras entidades com um papel importante nesta matéria: fundações, museus, empresas da especialidade, universidades, etc., que devem procurar conceber conhecimento para o público em geral, para além da formulação de um saber válido em termos científicos.
O aproximar do património cultural às pessoas, que muitas vezes vivem lado a lado, é um dos objectivos essenciais de qualquer entidade gestora e criadora de memória, já que esta não é de alguns, mas de todos e para todos. Só o reconhecimento geral da relevância e potencialidade do conhecimento arqueológico e da salvaguarda e preservação da memória de uma sociedade permite que esta se reconheça como um elemento de carácter único, e que veja no seu passado não algo distante e estático, mas algo de dinâmico e de futuro.
Para o arqueólogo, o entendimento do seu papel na sociedade é por vezes difícil, sendo esta noção essencial e base de todo o seu trabalho como formulador de memória colectiva. Idealmente a sua acção deveria alcançar dois objectivos: um primeiro de carácter científico, onde busca um conhecimento objectivo e rigoroso, que deve apresentar e discutir com a comunidade arqueológica; um segundo mais geral, recorrendo a plataformas com linguagem mais simplificada, de forma a cativar a sociedade no seu todo.
O primeiro objectivo encontra-se de alguma forma preenchido pelos diversos congressos, encontros e publicações da especialidade, podendo-se no entanto fazer uma chamada de atenção a um défice na divulgação dos dados a nível internacional. O segundo objectivo merece uma atenção especial. Sente-se, na maioria das autarquias, uma sensibilidade para as questões relacionadas com o património local, notando-se que aos poucos se vão preenchendo os quadros laborais com profissionais ligados ao conhecimento, valorização e preservação do património histórico-arqueológico; continua, no entanto, a sentir-se a falta de um aproximar da população às questões do património. No que diz respeito aos serviços centrais e tutelares, notou-se por parte do Ministério da Cultura um claro desinteresse e retrocesso no que se refere aos elementos ligados à arqueologia e ao património; este factor pode pôr em causa todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, devendo caber ao Estado o principal papel de gestão e defesa do património nacional. É também nesta lógica que se deve apoiar a procura da estruturação de um conhecimento cultural do património, para um público geral, com recurso a linguagem própria.
Existem ainda outras entidades com um papel importante nesta matéria: fundações, museus, empresas da especialidade, universidades, etc., que devem procurar conceber conhecimento para o público em geral, para além da formulação de um saber válido em termos científicos.
O aproximar do património cultural às pessoas, que muitas vezes vivem lado a lado, é um dos objectivos essenciais de qualquer entidade gestora e criadora de memória, já que esta não é de alguns, mas de todos e para todos. Só o reconhecimento geral da relevância e potencialidade do conhecimento arqueológico e da salvaguarda e preservação da memória de uma sociedade permite que esta se reconheça como um elemento de carácter único, e que veja no seu passado não algo distante e estático, mas algo de dinâmico e de futuro.
Paulo Rebelo
Mestrando em Arqueologia, Teoria e Métodos
Universidade do Algarve
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