Molde do crânio será exposto em Washington
Milhares de pedaços arqueológicos do Museu do Homem, em Paris (França), estão a ser revisitados, um a um, por novas tecnologias.
Dois paleoantropólogos franceses, Antoine Balzeau e Dominique Grimaud-Hervé, do Centro Nacional da Pesquisa Científica e do Museu de História Natural parisiense, conseguiram, pela primeira vez, reconstituir em 3D o formato do cérebro do homem de Cro-Magnon 1 – o nosso mais velho antepassado Homo sapiens (com 28 mil anos).
Crânio no Museu do Homem, Paris
Os investigadores, bastante satisfeitos, digitalizaram o interior do crânio através de um scanner médico (tomografia computadorizada), que permitiu descobrir estruturas anatómicas internas até agora inacessíveis – no endocrânio. A tecnologia permite um acesso não invasivo, de forma a preservar a integridade do fóssil original.
Balzeau e Grimaud-Hervé verificaram que “a dimensão do cérebro do Cro-Magnon é maior do que a média actual”. E explicaram “que, ao longo da evolução, a dimensão corporal do homem foi diminuindo, assim como o seu crânio”.
Cro-Magnon é o que mais semelhanças tem ao homem actual
Os esqueletos de três homens, uma mulher e uma criança foram descobertos em 1868, numa gruta, em Dordogne. Um deles é o do Cro-Magnon 1, um idoso de há 28 mil anos – chamado, por isso, de “O velho” –, que tinha o crânio praticamente intacto, contendo apenas uma pequena fractura junto ao sobrolho. Este foi o primeiro Homo sapiens descoberto com mais semelhanças ao homem actual.
Segundo os investigadores, a reconstituição fez parte de um processo de “um longo e delicado trabalho”. A descoberta permitirá estudar as mudanças no formato do cérebro do Homo sapiens durante a evolução e levar a novos avanços em termos de museologia. A moldagem do cérebro deverá estar em exposição a partir do dia 17 de Março, no Museu Nacional de História Natural, em Washington, ao lado do fóssil do Cro-Magnon 1.
IN: Ciência Hoje
2010-03-12
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