quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Para a biologia, há um antes de Darwin e um depois de Darwin. Neste ano, Charles Darwin é duplamente lembrado. O cientista nasceu há 200 anos, e publicou The Origin of Species há 150. Para arqueologia ele é igualmente importante, "note-se a coincidência entre as datas das publicações das teorias de Darwin e a descoberta oficial dos primeiros vestígios de Neandertais, no Vale de Dussel, por Schaaffhausen em 1957, publicada em 1861, e o trabalho de Thomas Huxley em 1963" (BICHO, 2006).

Vida e Obra
Naturalista e biólogo inglês, Charles Robert Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809, em Shrewsbury, e morreu a 19 de Abril de 1882, em Dawn, Kent.

Findos os estudos universitários, em 1831, participou como naturalista na viagem do navio inglês Beagle. De regresso a Inglaterra, em 1836, Darwin deu início ao estudo científico baseado nas suas experiências e descobertas e lançou uma publicação científica com o nome Journal of Researches, em 1839.

Mais tarde, em 1859, publicou a célebre obra em que expôs a sua teoria, The Origin of Species by Means of Natural Selection. Apesar de reconhecer que os seus conhecimentos sobre hereditariedade eram limitados, representou em forma de árvore a relação entre os animais e plantas da actualidade com outros já extintos, seus ancestrais. The Origin of Species by Means of Natural Selection foi alvo de várias críticas por parte de outros cientistas que alegavam falta de provas e explicações para fundamentar as teorias apresentadas. Em 1871 Darwin aplicou a sua teoria ao estudo da origem do homem, dando importância ao factor sexual na selecção natural, na obra The Descent of Man and Selection in Relation to Sex.



A doutrina proposta por Darwin, segundo a qual a luta pela vida e a selecção natural são mecanismos da evolução dos seres vivos, é conhecida por Darwinismo. Esta teoria defende que as espécies existentes evoluíram a partir de formas ancestrais mais simples, por um processo de selecção natural que originou a grande variabilidade existente entre as actuais espécies. O fundamento principal do darwinismo é a selecção natural, que funciona como o mecanismo essencial que dirige a evolução das espécies. Segundo o darwinismo, apenas os mais aptos sobrevivem, transmitindo as suas características mais favoráveis.

Legado
A teoria de Darwin de que evolução ocorreu através da selecção natural mudou a forma de pensar em inúmeros campos de estudo, desde a Biologia à Arqueologia. O seu trabalho estabeleceu que a "evolução" havia ocorrido: não necessariamente por meio da selecção natural e sexual (sendo este último só geralmente reconhecido após a redescoberta do trabalho de Gregor Mendel no início do século XX e do desenvolvimento da Síntese Moderna). Outros antes dele haviam já delineado a ideia de selecção natural: na sua vida, Darwin reconheceu como tal os trabalhos de William Charles Wells e Patrick Matthew que eles (e praticamente todos os outros naturalistas da época) desconheciam quando ele publicou a sua teoria. Contudo, é claramente reconhecido que Darwin foi o primeiro a desenvolver e publicar uma teoria científica de Selecção Natural e que trabalhos anteriores ao seu não contribuíram para o desenvolvimento ou sucesso da Selecção Natural como uma teoria testável.

Apesar da grande controvérsia que marcou a publicação do trabalho de Darwin, a evolução por selecção natural provou ser um argumento poderoso contrário às noções de criação divina e projecto inteligente comuns na ciência do século XIX.

O homem ainda traz em sua estrutura física a marca indelével de sua origem primitiva.— Darwin

A ideia de que não mais havia uma clara separação entre homens e animais faria com que Darwin fosse lembrado como aquele que removeu o homem da posição privilegiada que ocupava no universo. Para alguns de seus críticos, entretanto, ele continuou sendo visto como o "homem macaco" frequentemente desenhado com um corpo de macaco.

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